19:15 de 2010, o dia não importa.
acabo de lembrar-me de um fato que ocorreu há mais ou menos 3 meses. eu estava meio chapado de erva numa brisa meio angustiante e apaixonada e tendo pela primeira vez, depois de 4 anos ,medo de morrer. não era medo da morte em si, de seus descaminhos, do véu negro que cobriria meus olhos e do caixão que selaria meus batimentos, era medo de deixar a pessoa que amo sozinha nesse amontoado de merda, nesse mundo tão humano & vazio que só o vinho salva. onde eu morto, não estaria ao seu lado para tomar vinho e olhar, enquanto a tinha em meus braços, a imundice das ruas desconcertadas, o vacilar dos craquentos e os onibus abarrotados de gente.
sim, eu tinha medo de me ausentar, mesmo sabendo que ela não precisava de mim para nada disso, o medo agoniava minha brisa, minha BAD brisa. era tudo culpa da erva, é claro que ela nao precisava de mim.
no meio de todo essa caralhada , no meio desse medo pavoroso de morrer, eu entendi com toda a plenitude um verso do qual não me recordo bem e dizia algo do tipo :
"disseram-me que precisavam de mim.
e depois de ouvir isso,
saia de casa com o maior dos cuidados,
com medo de que apenas um pingo de chuva me matasse."
depois dessa brisa, eu mudei o que antes falava. invés de "morreria por ela" comecei a dizer "viveria por ela". e hoje eu vivo, ainda que bem longe e no silêncio, de braços estendidos.
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