terça-feira, 4 de janeiro de 2011

#21

no meio do oceano,à deriva, me encontrei com a vida, azul e salgada. por vezes calma,
por vezes afobada, mas nunca imóvel... encontrei-me sem saber onde nasci, de onde vinha e muito menos onde
estava. minha única certeza era do rebento, do choque com a terra. um último mergulho de cara na areia,
na pedra, no gelo. de cara no nada. de juntar-me aos outros infinitos ~nad~a~ntes! e anteceder outros eternos nadas~~.
do dançar no caos decifrado do mar e seu nunca datado início.
encontrei ,enfim, o desespero de nada nadar e berrei o mais alto que consegui e depois calei-me.





DO NADA NASCEMOS , NO NADA NADAREMOS E QUANDO JÁ CANSADOS DE NADAR, AO NADA VOLTAREMOS

...(...)? ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~!..... ... . . . . . (.)

#20

hoje é dia de dormir com você,
sem você,
hoje é dia de transar você,
sem você,
hoje é dia de ser você,
só mais uma vez,
você.

hoje, vo cê tudo e mais um pouco,
um pouquinho do nada,
daquele resto que traças não traçaram
na peregrinação ao defunto,
de um túmulo, no auge do seu cúmulo
a deixar um morto em terra,
sem o fundo daqueles que contaram-me ser
quando criança,


profundo.