quarta-feira, 31 de março de 2010

#4

entre as ruínas do que chamam de coração, encontrei-me sem roupas deitado no chão frio da cozinha abraçando os meus joelhos, GOD , estava mais nu que nunca, a solidão berrava em meus ouvidos e doía em meus ossos... eu só queria vomitar até morrer.

quinta-feira, 25 de março de 2010

#3

um último beijo com sabor de terra e nitrato,
para que enfim os vermes se encarreguem do teu tão zelado cu.
Oh nobre de espiríto, não há mais nada,
as minhocas hão de abrir os olhos que as mãos sacras cerraram.

sábado, 13 de março de 2010

#2

houve a época em que eu marcava os ciclos do tempo de acordo com os dias da semana, era questão de ser segunda ou quinta, eu vivia para sempre chegar quinta
e nunca chegar segunda.O tictac do meu relógio marcava o tempo assim, em boa parte de minha vida que foi passada nas cercanias do colégio e na casa de minhas amigas,
de segunda a quinta o colégio e os afazeres inssosos da rotina, de quinta a domingo a casa de minhas amigas e os lugares onde eu podia sorrir. Marretados tantos ciclos,
eu sentia o sangue cada vez mais perto de escorrer por entre minhas pernas, contava as semanas para o dia em que eu me tornaria menina-mulher como todas as minhas amigas,
tal pois me sentia deslocada do meu grupo, todas já estavam a colocar os sutiãs e a estancar o sangue menstrual, menos eu, o que não quer dizer que me sentia menor que elas,
senão que só queria me sentir parte delas de mais um jeito, e enfim, chegou o dia em que me vi com a calcinha babando a cor do diabo e do amor, com êxtase fitei-a e me olhei no espelho,
sabia que não tinha haver, mas me senti mais mulher do que nunca, mais amiga de minhas amigas, estava eu, no ínicio da minha adolescência, a sociedade agora me olhava como
alguém que já havia saltado a infância, eu não, nunca tinha tomado esses sinais como parâmetros, mas estar aonde eu estava, me afirmava, eu tinha sangue entre as pernas,
e ninguém poderia me tirar isso.

terça-feira, 9 de março de 2010

#1

é madrugada! o sexo do sol já está a tocar o cu da lua, as putas já cansadas de trepar bocejam ao alimentar as picas desalojadas, as primeiras luzes
começam a se acender nos apartamentos dos edíficios pálidos.Em breve mais um dia será martelado e a dança dos lixeiros, empresários, vagabundos, mendigos,
colegiais,freiras,burguesinhas metidas e outros tantos filhos da vidaputa e de deus iniciará. Por isso, FODAM A PORRA DOS DESPERTADORES, o mundo precisa
dormir e deixar a madrugada rolar eternamente!!! ainda não seria hora das putas alimentarem com sono , os lixeiros descansariam a sua vida, os mendigos poderiam
sentir suas ruas como suas por mais tempo, os empresários economizariam pílúlas do sono para dormir seus sonos cintilando a dinheiro, as freiras hão de se
livrar de Deus, os colegiais adiariam encontrar suas inspetoras e os vagabundos, putaqueopariu, os vagabundos curtiriam essa noitesemfim num gozo que só eles
sabem fazer a noite jorrar.