andava meio torto pelas beiradas de minha cidade,
tombava de guia em guia, até chegar
num lugar qualquer, numa paisagem vazia,
da qual eu tentava atravessar e com a cara batia.
nada eu via
nada eu sentia
mas dali,
não passava e nem saia.
as sirenes soavam, o fardo azul reluzia,
armas titânicas ressoavam no tímpano.
muito ozônio, muita cerca, muito estampido.
NADA.
NADA.
NADA.
rodopiava o mundo incessantemente.
ao andar sobre o céu , o cimento era tão leve,
e as nuvens, eu afastava num sopro.
o mundo era tão gostoso
um mundo em que não batia a cara
e nem batiam na minha.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
#19
na bosta! na bosta eu fico.
um maço de cigarros e a cabeça perdida.
o gosto da humilhação tatuado nos dentes;
mais um belo serviço, querida nicotina.
seja bem vinda aos escombros da memória,
há muito aqui já habita outros pesticidas.
roa meus dentes,
extermine as minhas lembranças.
isso é tudo que sobrou de mim
depois de nós.
dos nós, só sobrou o da humilhação
dos nós, só sobrou o da humilhação
dos nós, só sobrou o da humilhação
vem-te a mim desprezo,
repouse na minha boca e morda minha cabeça.
pesticida com gosto de nicotina
isso é tudo que sobrou de mim.
seja bem-vindo,
leal desprezo.
um maço de cigarros e a cabeça perdida.
o gosto da humilhação tatuado nos dentes;
mais um belo serviço, querida nicotina.
seja bem vinda aos escombros da memória,
há muito aqui já habita outros pesticidas.
roa meus dentes,
extermine as minhas lembranças.
isso é tudo que sobrou de mim
depois de nós.
dos nós, só sobrou o da humilhação
dos nós, só sobrou o da humilhação
dos nós, só sobrou o da humilhação
vem-te a mim desprezo,
repouse na minha boca e morda minha cabeça.
pesticida com gosto de nicotina
isso é tudo que sobrou de mim.
seja bem-vindo,
leal desprezo.
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