segunda-feira, 12 de abril de 2010

#6

meu cu anda ardendo demais e ter seu cu ardendo sem nenhum prazer nunca vai ser bom, sabe, eu ando cagando pra caralho e isso está realmente fodendo meu cu sem nenhuma trolha. toda vez que cago sinto a merda arranhando as paredes do reto, como se elas pedissem por favor e lutassem com unhas para não sair, o que eu não duvido, já que cagando 10x por dia a merda não consegue se divertir por muito tempo nesse tobogã mucoso, mas ela sempre sai, vem a contração e PLOC, meu cu arranhando,ardendo,pedindo socorro. bosta. cheguei num estado onde cagar é parir.

por má sorte ou estupidez de um engenheiro sádico, aqui em casa o banheiro minúsculo tem o espelho de frente para a privada, ou seja, sempre que vou parir sou observado por mim mesmo, obrigado a me ver dando a luz, reagindo aos arranhões e ao cheiro podre que sai de mim. a boca contorce, os músculos contraem, filho da puta.

a rotina de me assistir parindo tem aumentado bastante,meu intestino e meu estômago resolveram ser de fato uma representação simbólica de como tenho estado, as entranhas pegam fogo e reclamam, quase não como, o que como vomito, e ainda assim a fábrica de filhinhos marrons,vermelhos,verdes e alguns outros que mais parecem cuspe não cessa.

de cima deste trono em que sou rei,mãe e cagão;em meio ao cheiro forte e ácido dos meninos e com a cara contraindo de desgosto, o que mais me espanta são meus olhos, eles entram e saem do reinado com a mesma expressão, não reagem a coroa que coloco ao entrar e tiro ao sair, são duas bolotas de gelatina empedradas, arrasadas, tão fundas que chegam a lugar nenhum...meus olhos, eles sim arranhados já não aguentam mais o fedor nauseante que sobe desta privada que entrei e carinhosamente chamo de amor.




se justamente por serem tão verdadeiros, os olhares também são os mais mentirosos, eu afirmo,não sei mentir nem disfarçar, bosta.bosta.bosta.bosta.bosta.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

#5

Espero que no haya sido así,
Así desde el comienzo
Y espero que no lamentes
El haberme conocido,
Espero que no haya dolor
Dentro de tu corazón,
Porque el mío se cae en pedazos
When i far away from you.

sábado, 3 de abril de 2010

#4 -2

estou voltando pra casa num ônibus que nunca queria ter pegado, voltando de um lugar que por mim não sairia nunca, mas estou nesse ônibus voltando pra casa e pela janela vou observando a cidade e reconstruindo meu semblante. Está claro no vermelho dos meus olhos, no cinza absoluto dessas ruas, na farmácia da esquina que vende camisinhas inúteis e naquele prédio branco e azul cuja sacada do décimo segundo andar a direita (visto daqui) seria o lugar que escolheria se me pedissem para dizer o melhor lugar em que já estive.Veja bem, tá na cara, por mim eu pulava deste ônibus e voltava correndo.

...mas não pulei, nem corri e nem reconstrui meu semblante,

com olhos vermelhos, aceito as poltronas, cintos, carburador e o motor que me levam de volta
para um lugar que não escolhi e nem sei mais viver.

não direi adeus, não consigo...
apenas fecho os meus olhos.