segunda-feira, 18 de outubro de 2010

#19 acerca do andar pueril calcinado

andava meio torto pelas beiradas de minha cidade,
tombava de guia em guia, até chegar
num lugar qualquer, numa paisagem vazia,
da qual eu tentava atravessar e com a cara batia.

nada eu via
nada eu sentia
mas dali,
não passava e nem saia.

as sirenes soavam, o fardo azul reluzia,
armas titânicas ressoavam no tímpano.
muito ozônio, muita cerca, muito estampido.

NADA.
NADA.
NADA.


rodopiava o mundo incessantemente.
ao andar sobre o céu , o cimento era tão leve,
e as nuvens, eu afastava num sopro.

o mundo era tão gostoso
um mundo em que não batia a cara
e nem batiam na minha.

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