quinta-feira, 15 de julho de 2010

#15

paro.calo.penso.
há um fantasma que vive nas entranhas de minha sombra.
sombra que não me alcança quando me mexo.
só.quando.
paro.calo.penso.
e meu passado estende as mãos e me entrega :
fantasma e sombra.
como se eles não pudessem mais andar sem as mãos atadas.
e não podem.
é um DNA erigindo entrelaçado atrás de mim
fervendo meus pés. corroendo minhas orelhas.
me dando uma só única opção :
CORRER.

mas a fadiga das pernas e o respirar ofegante
me devolvem a prostração.
o fantasma reaparece.
logo aqui, atrás de mim, tão meu.
tão meu que estranho estar correndo dele.
tão meu que queria abraçá-lo.
tão meu que quando tento abraçá-lo
quem sai a correr é ele.

e como se fosse inevitável,
resolvi aceitar a nossa brincadeira.
bem simples. sem muita trama.
um pega-pega desses de crianças.
que vai acabar numa esquina,
cansado ou entedeado ou atropelado.
ou na sombra de uma nova sombra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário